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Ano de 2013 não começa bem para o setor agrícola. Renda do produtor rural cai, puxada principalmente pelo café.

Published: Tuesday, 12 March 2013 16:28

 

O Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA) em seu trabalho mensal de coleta e divulgação do Índice de Preços Recebidos (IPR), referente a venda dos produtos agrícolas, e o Índice de Preços Pagos (IPP), referente aos insumos gastos pelos produtores rurais, no Sul de Minas Gerais, teve como resultado do mês de Fevereiro de 2013 o IPP em queda de -0,64% e o IPR -5,56%. Com o resultado deste mês a renda do produtor rural no sul de Minas Gerais, apresenta nestes dois primeiros meses do ano de 2013, um resultado negativo de -2,15%.

Esta queda do IPR é reflexo principalmente da baixa de preços dos grupos pesquisados, café, grãos e leite. A commodity café apresentou um acelerado declínio de preço na ordem de -10,45% neste mês. Para o Prof. Renato Fontes, coordenador do índice de preços, a queda nos preços do café é resultado do contínuo abastecimento de café no mercado, em período que historicamente se caracteriza como sendo, a entressafra do café, ou seja, a diminuição da oferta da commodity para o mercado. Esta entressafra ainda não ocorreu e mais preocupante ainda para o setor cafeeiro é a proximidade da entrada da nova safra cafeeira, com isto os preços poderão ser pressionados para patamares cada vez mais baixo e afetando profundamente a renda do produtor rural.

O grupo dos grãos (milho, feijão e arroz) tiveram uma queda média de -6,80%. O arroz, na mesma proporção em que avança a colheita do grão, os preços seguem em queda (-9,09%) devido a maior disponibilidade para comercialização. O feijão enfrenta o mesmo problema. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção de feijão na safra 2012/2013 deve crescer 12,5%, dessa forma a entrada da safra de feijão aumenta a oferta e puxa pra baixo os preços dessa commoditie em -9,28%. Além disso, os estoques internos elevados de milho no país e a redução das exportações devido a safras recordes no EUA, acarretaram em uma baixa do preço do milho em -5,07%.

Em relação aos hortifruti, houve elevação nos preços de 3,41%. Destaque para a alta da laranja em 61,97%. No verão, há maior possibilidade de alternância nos preços dos hortifruti devido a chuvas e a temperaturas mais elevadas, já que estas estão mais propenças à doenças e fatores climáticos, afetando o seu desenvolvimento e consequentemte a produção a ser ofertada.

            O IPP apresentou redução de -0,64%. Os insumos agropecuários como ração, defensivos, vacinas e parasiticidas apresentaram queda de preços e contribuiram para a baixa do IPP.

 

Renato Elias Fontes.

DAE/UFLA.